O parque de Investigação Biomédica está situado na 1ª linha marítima de Barcelona, ao lado do Hospital del Mar formando, em conjunto com este e com os edifícios universitários Universitat Pompeu Fabra e Universitat Autònoma de Barcelona, uma macro ilha que agrupa assistência sanitária, docência e investigação.
A envolvente do terreno está caracterizada pela proliferação de edifícios singulares: duas grandes torres no bairro da Vila Olímpica, o novo edifício de Gás Natural, um pequeno edifício de habitação, a torre monobloco do Hospital del Mar, a escultura do Frank Ghery chamada o Peixe, um polidesportivo.
A estratégia que está por trás deste envolvente passou primeiro, por integrar o polidesportivo em processo de recuperação no edifício do Parque de Investigação Biomédica, colocando-o sob o mesmo, e segundo, encontrar uma volumetria que não entre em competição em altura relativamente aos edifícios da envolvente, mas sim que se relacione formalmente e dialogue com eles.
A proposta de uma grande plataforma que ordene o terreno, de forma muito irregular, e colocação em cima da mesma de um edifício sobre-elevado em forma de tronco, com base elíptica, cortado diagonalmente, permitiu ordenar a envolvente e relaciona-lo de forma suave com os volumes mais próximos.
A forma elíptica surge da necessidade de adaptar um edifício de grandes dimensões (cerca de 35.000 m2 acima do solo) a um terreno muito ajustado, de forma sensivelmente irregular e com volumetrias muito diferentes das existentes em seu redor.
O edifício projeta-se necessariamente de forma compacta de forma a adaptar-se ao terreno, mas escadeia-se até ao mar, suavizando a frente marítima e adaptando-se às edificações do passeio marítimo, que nesta zona tem alturas reduzidas. A frente traseira é mais imponente á cidade, doando aos laboratórios o espaço que precisam.
Esta forma escadeada até ao mar, facilita a colocação de painéis solares na cobertura para a produção de água quente e eletricidade e creia um espaço bem integrado no prédio para colocar as maquinas para as instalações.
O interior do edifício esvazia-se, para criar uma nova realidade independente da envolvente, que emoldurará e controlará as vistas ao mar e permitirá regular a entrada de sol. O Auditório encontra-se suspenso no grande pátio central, com uma superfície de cobertura feita de água, que reflete o céu e que lembra a presença do mar.
A estrutura do edifício tem uma consola de 7 metros em todo o seu perímetro. O revestimento da fachada é de madeira natural (red-cedar) semi-interrompida, ligeira, que não toca o pavimento, que tenta aligeirar visualmente o edifício. Com a sua concepção compacta e unitária apresenta uma grandeza substancial.
Esta segunda pele permite um bom controle da luz natural e das prestações energéticas do edifício.